A Câmara Municipal de Votorantim decidiu, na manhã desta terça-feira (1º), abrir uma Comissão Processante para investigar a prefeita Fabíola Alves (PSDB), após receber uma denúncia de improbidade administrativa. A decisão foi aprovada com oito votos favoráveis e dois contrários, durante sessão ordinária. Cesar Silva (PSDB) e Robson Vasco (PSDB) foram os únicos vereadores que votaram contra a abertura da comissão. A prefeita, por enquanto, permanece no cargo.
A denúncia foi apresentada por uma cidadã na última sexta-feira (27), que acusou Fabíola de ter autorizado um aumento de 34,10% no valor do aluguel de um imóvel pertencente a uma igreja evangélica, atualmente utilizado pela Secretaria de Cultura do município. A moradora afirmou que o reajuste no aluguel, que passou de R$ 13 mil para R$ 19 mil, não tem justificativa plausível e está acima dos preços praticados no mercado imobiliário local.
Após a leitura da denúncia, feita pelo vereador Cesar Silva (PSDB), os parlamentares se reuniram por 20 minutos para discutir o caso antes de levá-lo à votação. A maioria optou por iniciar a investigação. Em seguida, um sorteio definiu os três membros da Comissão Processante: Rogério Lima (Republicanos) será o presidente, Gaguinho assumiu o cargo de relator, e Robson Vasco (PSDB) será o membro.
Rogério Lima, presidente da comissão, comentou sobre os próximos passos: “Agora vamos reunir toda a documentação, analisar cuidadosamente, e avaliar se entraremos com um pedido de cassação da prefeita.” A comissão tem o prazo de cinco dias para notificar Fabíola Alves sobre o processo, após o qual a prefeita terá dez dias para apresentar sua defesa por escrito. O relatório final deverá ser entregue em até 90 dias, para ser votado pelos vereadores.
Em resposta, a prefeita Fabíola Alves, por meio de sua assessoria, criticou a ação da Câmara e afirmou que o processo tem motivações políticas. “Nunca vi o Legislativo ser tão banalizado em período eleitoral”, disse. A prefeita também alegou perseguição por parte de seus adversários, destacando que o acolhimento da denúncia a poucos dias das eleições reforça a intenção de afastá-la da disputa eleitoral.
Fabíola Alves, que é candidata à reeleição, teve recentemente sua candidatura cassada pela Justiça Eleitoral. A decisão, emitida em 19 de setembro, a declarou inelegível por oito anos, devido a acusações de abuso de poder político, incluindo a realização de propaganda eleitoral durante um culto religioso. Contudo, ela segue com sua campanha enquanto o recurso é avaliado.
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