Reconstrução das mamas devolve autoestima às mulheres que fazem mastectomia

Cirurgia pode ser realizada após a retirada do órgão ou com o fim do tratamento, auxiliando as pacientes no processo de recuperação

A descoberta de um câncer de mama hereditário na irmã levou as mulheres da família de Maraiza Antonia Meneguel Venâncio a realizarem o exame que detecta a predisposição genética e, consequentemente, o aumento do risco de desenvolver a doença. Para a surpresa de todos, não apenas ela, mas também sua sobrinha mais velha e a mãe possuíam o gene, fazendo com que o temor do câncer batesse novamente à porta.
No caso de Maraiza, a solução indicada para prevenir foi a retirada total das mamas, mas a paciente ainda não tinha filhos e a impossibilidade de amamentar passou a ser uma preocupação.
“Senti que a retirada das mamas comprometeria uma parte do meu futuro na maternidade. Ainda não tenho filhos, mas senti a dor de perder a conexão da amamentação. Precisei encarar a situação pelo olhar da minha irmã, que está realizando o tratamento de câncer e me mostrou que, na verdade, eu recebi a oportunidade de não passar pelo mesmo que ela”, relata a auxiliar financeira de 40 anos.
Seja como prevenção ou no tratamento contra o câncer, a retirada das mamas pode mexer com a autoestima das mulheres. A impossibilidade de amamentar; as dificuldades com a aceitação do corpo; e a movimentação, em muitos casos, limitada dos braços são algumas das preocupações das pacientes.
De acordo com o cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Delmo Sakabe, a reconstrução do órgão devolve a essas mulheres a aparência e a segurança, contribuindo com o processo de recuperação ou, como no caso de Maraisa, na prevenção da doença.
“Quando a reconstrução das mamas é feita de forma imediata, na mesma cirurgia da retirada, torna o processo de tratamento e recuperação mais leve, pois a mulher não enfrenta a fase em que precisa se ver ‘amputada’, o que contribui com a diminuição do sofrimento psicológico da ausência da mama”, afirma.
Ainda segundo o especialista, a definição sobre o momento da cirurgia de reconstrução, se vai ser realizada imediatamente após a mastectomia ou após o término do tratamento, depende do quadro da paciente e leva em consideração, também, o desejo da mulher.
No caso de Maraiza, comenta o especialista, a retirada e a reconstrução da mama simultaneamente permitiram que a paciente não relutasse contra o procedimento, contribuindo, assim, com a prevenção da doença.
“Foi um choque ouvir que, por precaução, eu precisaria fazer a retirada dos seios. Busquei mais de um profissional, pois precisava de outras opiniões. Mas, só quando o médico certo conseguiu me explicar como funcionaria e que eu poderia colocar uma prótese de silicone para reconstruir, é que entendi que havia outros caminhos”, comenta Maraiza.
O cirurgião relata que,assim como em todas as cirurgias, pode haver riscos inerentes ao procedimento, e, em casos mais raros, o corpo pode não aceitar a prótese, o que não foi o caso de Maraiza, que fez a cirurgia há um mês e até já voltou a trabalhar.
“Eu realizei a cirurgia preventiva de retirada das mamas, com a reconstrução e prótese há um mês, assim como minha mãe e minha sobrinha”, comenta Maraiza.
A paciente ainda ressalta a importância da decisão da retirada preventiva do órgão. “Acredito que tudo tenha um propósito e que foi melhor realizar a cirurgia preventiva. Hoje, estou feliz com o resultado e sem a doença. Espero que outras mulheres possam ter a oportunidade de fazer o exame preventivo, mas saibam que a cirurgia de reconstrução de mama também é uma opção.”
Dados sobre o câncer de mama
O câncer de mama é o mais incidente e a principal causa de mortalidade pela doença entre as mulheres no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), e a estimativa é que surjam 74 mil novos casos no país até 2025.
Atualmente, estudos comprovam que a maior parte dos casos de câncer de mama no país são causados por tumores esporádicos, mas de acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, 10% dos casos podem ocorrer devido à composição genética da família, como no caso de Maraiza.

PESQUISAS:
https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/noticias/2022/inca-estima-704-mil-casos-de-cancer-por-ano-no-brasil-ate-2025

Joice Barros da Maktub Comunicação

Crédito: Divulgação

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