Pesquisa revela que 50% perdem o emprego 24 meses após a gestação; na contramão desta realidade, mãe assume cargo de Gerente Sênior de Recursos Humanos para a América Latina
Com a chegada da maternidade, conciliar os cuidados com o bebê, a vida pessoal e a profissão é um desafio na vida de muitas mulheres. Após a licença-maternidade, voltar competitivamente ao mercado e manter a carreira acabam se tornando uma opção quase impossível.
Uma pesquisa, realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), revela que 50% das profissionais acabam desempregadas 24 meses após a gestação. O estudo demonstra que a maior parte destes desligamentos se dá sem justa causa e por iniciativa do empregador.
Quando voltamos os olhos para os cargos de liderança, segundo a pesquisa ‘Women in Business’ (Mulheres nos Negócios), realizada pela Grant Thornton, somente 30% das posições do tipo sênior no Brasil são ocupadas por mulheres.
Na contramão desta realidade, Lívia Fernandez Netto Morais, mãe da pequena Manuela, acabou de assumir o cargo de Gerente Sênior de Recursos Humanos (RH) para a América do Sul na Culligan, líder mundial em soluções de tratamento de água.
Mesmo diante dos desafios da maternidade, a profissional conseguiu conciliar o trabalho e a maternidade graças a uma rede de apoio e ao espírito acolhedor da empresa onde trabalha.
Lívia iniciou sua carreira como analista e generalista em outras grandes empresas até chegar à Culligan em maio de 2024, com foco em desenhar as estratégias de RH para o Brasil para as áreas de Operações de RH, Desenvolvimento Humano Organizacional, Comunicação Interna, Saúde, Segurança e Meio Ambiente. Diante do bom desempenho, ela recebeu o desafio de assumir, em março de 2025, o cargo de Gerente Sênior de RH para toda a América Latina.
“Os desafios são muitos, ainda mais devido às viagens. Ao mesmo tempo que quero crescer em minha carreira, também quero ser o melhor exemplo de mãe para minha filha e sinto que tenho feito um ótimo trabalho ao equilibrar as duas funções. Meu coração dói toda vez que tenho que me despedir para uma viagem, mas, por outro lado, ele se aquece ao saber que tudo ficará bem, pois tenho uma excelente rede de apoio”, afirma.
A executiva conta que já pensou em desistir da carreira para se dedicar somente à maternidade. “Mas, sempre chego à mesma resposta: não! Um dos motivos é por amar o que eu faço. Quando estou trabalhando, me sinto feliz, animada, engajada e tenho muitas oportunidades de crescer pessoalmente e espiritualmente com todas as adversidades e novidades que o ambiente corporativo pode proporcionar. Sinto que, com isso, serei um bom exemplo para minha filha no futuro”, declara.
Tempo de qualidade
A oportunidade para assumir o cargo de Gerente Sênior de RH para América do Sul surgiu em meio à maternidade, o que pode ser um dilema para várias mães do mundo todo. Mas, Lívia conseguiu encontrar um equilíbrio para se dedicar às duas funções.
“Para mim, o mais importante é tempo de qualidade. E, quando estou com a Manu, realmente me entrego 100% ao momento. Depois que me tornei mãe, me senti muito forte e confiante de que estou preparada para enfrentar qualquer desafio. A maternidade me ensinou muita coisa, especialmente a ser mais leve, entender que não podemos controlar tudo, a viver o momento e dar o meu melhor. Um filho fica doente independente do seu esforço em tentar protegê-lo. Assim acontece no ambiente corporativo. Para a entrega de um projeto, é preciso se planejar e ser flexível quando alguma coisa não sai como esperado”, relata.
Constante busca por desafios
Nesta nova etapa da carreira profissional, Livia traz consigo o desafio de implementar programas e projetos alinhados com as estratégias globais e da região LATAM nos países da América do Sul: Brasil, Colômbia, Paraguai e Chile. “Agora meu plano é garantir que os processos de RH estejam bem estabelecidos em todos os países e atuar como coach da liderança para desenvolver nossos talentos internos e retê-los”, finaliza.
Créditos: Divulgação
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