Operação investiga desvio de verbas da saúde pública com ações em Sorocaba

Nesta terça-feira (17), a Polícia Federal deflagrou a Operação Ártemis, que realiza mandados de busca e apreensão em Sorocaba, Curitiba e Piraquara (PR). A ação tem como objetivo desmontar uma suposta organização criminosa acusada de desviar recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) em municípios paranaenses.

O foco principal das investigações recai sobre uma Organização Social (OS) responsável pela gestão de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em Curitiba, Piraquara e Pinhais. Segundo a PF, a operação visa localizar bens ocultos pelos suspeitos, identificar políticos envolvidos e aprofundar a apuração sobre a atuação da OS na administração de recursos públicos.

Com o apoio da Receita Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), a operação conta com 63 policiais federais e cumpre 16 mandados de busca e apreensão. Além disso, estão sendo aplicadas medidas como bloqueio de valores, sequestro de bens e proibição de contratação de empresas e empresários suspeitos com o poder público.

As investigações apontam que os acusados utilizavam empresas de fachada e “laranjas” para justificar contratos superfaturados, permitindo o desvio de verbas e a divisão ilícita de lucros entre empresários, diretores da OS e políticos. Foram identificados contratos de fachada e acordos com empresas do mesmo grupo para serviços médicos terceirizados, com valores inflados. Em alguns casos, havia múltiplos contratos para o mesmo serviço, facilitando o desvio de recursos públicos.

De acordo com o Tribunal de Contas do Estado (TCE), somente em Curitiba, os contratos firmados até 2019 superaram a marca de R$ 20 milhões. O valor exato desviado ainda está em apuração.

A Polícia Federal destacou que as investigações não apontam envolvimento direto dos municípios no esquema. Os indícios mostram que os desvios e fraudes foram articulados pela OS e por um grupo contratado para executar os serviços.

Embora não seja um desdobramento direto, informações obtidas na Operação Sépsis, realizada em Sorocaba no ano passado, contribuíram para embasar as atuais investigações.

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